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Segundo fontes do A Semana, a “bomba” rebentou no fim do passado mês de Maio na turma 8ºH, uma sala de alunos repetentes cuja média de idade ronda os 17 anos. A denúncia partiu de um aluno “problemático” com quem Manuel Fortes teve vários desentendimentos. Contactados pela nossa reportagem, os alunos negaram prestar declarações, pois dizem estar a sofrer ameaças da Direcção da Escola que quer a todo o custo abafar este “podre”.
Entretanto, após alguma insistência, confirmaram que o professor Manuel Fortes assediou várias alunas. “Quando uma menina ia ao quadro, o professor abraçava-a e aproveitava para tocar os seus seios”, conta um aluno. “Ele até me ofereceu dinheiro em troca de sexo”, completa uma aluna do 8ºH.
A directora da Escola Secundária Abílio Duarte, Jaqueline Moniz, diz desconhecer este caso. Estranhamente, não sabe também explicar os motivos por que o professor foi suspenso, isso sem o conhecimento da direcção da escola. Nem consegue justificar como alunos de 17 anos continuam a frequentar o 8º ano numa escola pública.
Mas a nossa reportagem apurou que alguns dos alunos que chegaram a falar a este jornal, foram alvos de uma repreensão oral por parte da directora. Ela ameaçou levá-los ao Conselho de Disciplina por desobediência expressa à ordem de não comentar com ninguém o referido assunto. Isso justamente na semana em que o Instituto Cabo-Verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA) lançou uma campanha contra violação e maus-tratos a menores sob o lema “Vergonha é não denunciar. Omissão é Crime”.
Este semanário pode entretanto confirmar que a direção da escola não só tem conhecimento deste caso como também abriu um processo interno para averiguar as denúncias dos alunos do 8ºH. Jaqueline Moniz também comunicou o caso à Inspecção-Geral da Educação que por sua vez instruiu um processo disciplinar ao professor natural de Santo Antão, que há dois anos leciona no liceu do Palmarejo. A decisão final deverá ser conhecida na primeira quinzena de Julho.
Para evitar o envolvimento entre professores e alunos, diz a Inspectora-geral da Educação, o Ministério da Educação e Desporto vem investindo forte no trabalho preventivo. “Temos ordens expressas para não tolerar qualquer tipo de envolvimento entre professores e alunos, mesmo fora do recinto escolar. E não importa se os estudantes são maiores de idade. Não vamos consentir”, avisa Clara Marques Rodrigues, revelando que só neste ano de 2013 cinco professores foram demitidos devido a este tipo de comportamento.
Fonte:ASemana