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Por Carla Coutinho
Cada vez mais objeto de estudo, a inteligência social tem vindo a ganhar protagonismo no âmbito das relações humanas. A capacidade de interagir com os outros, de forma a passar mensagens e a conseguir cooperação e empatia, é sem dúvida um fator de sucesso, quer a nível pessoal, quer a nível profissional.
Por Carla Coutinho
Diariamente lidamos com muitas pessoas. Todas são diferentes, não só no aspeto físico mas também na maneira de ser. Cada pessoa tem a sua própria personalidade, a sensibilidade, os princípios, os valores, as necessidades, os afetos e os credos. É muito interessante perceber a forma como cada um de nós precisa não só de se compreender a si próprio mas também enquanto indivíduo, de se integrar na comunidade que o rodeia e de interagir dentro da mesma.
Todos recebemos uma formação académica de carácter fortemente tecnológico. Com a integração na atividade profissional, passamos a ter contacto com cada vez mais pessoas, a lidar com elas e aos poucos a perceber o quanto são importantes as relações interpessoais para o sucesso de qualquer atividade.
Segundo Howard Gardner, especialista na área, os seres humanos têm não uma mas várias inteligências distintas, ou dimensões primárias de competência. Simplisticamente, Gardner advoga que possuem múltiplas inteligências: uma inteligência lógica, que mede o puro raciocínio lógico e simbólico, normalmente quantificada em testes do tipo QI; uma inteligência prática, que determina a capacidade de saber como realizar as coisas; uma inteligência emocional, referente à auto-consciência e à auto-gestão; uma inteligência estética, referente a um senso de forma, desenho, literatura, artes plásticas ou música; uma inteligência cinestésica, referente à competência do corpo como um todo, como no desporto ou na dança; e, finalmente, uma inteligência social, que se refere à capacidade de lidar com as pessoas.
Frequentemente deparamos com pessoas que estão bem providas do chamado quociente de inteligência lógica (QI), mas que depois têm imensa dificuldade em se relacionar com as outras. Quantas vezes nos dirigimos a pessoas, usando termos técnicos, e estas simplesmente não compreendem, afastando-se? Ou quantas vezes tentamos atingir os nossos objetivos recorrendo apenas a argumentos lógicos, não conseguindo passar a mensagem?
O estudo da inteligência social tem vindo a ser cada vez mais explorado devido à sua grande importância, dado vivermos em sociedade. A capacidade de interagir com as pessoas, de forma a conseguir passar mensagens, conseguir que elas cooperem connosco, conseguirmos a sua empatia, é cada vez mais um fator de sucesso.
Para se desenvolver esta capacidade, é necessário que um indivíduo comece por ter a perceção do ambiente que o rodeia, adquirida através de várias técnicas como a observação, a escuta ativa, o conhecimento acumulado sobre várias culturas e realidades sociais, o conhecimento da sua situação espácio-temporal e um elevado nível de cultura geral. Tal conhecimento permite-lhe rapidamente ler o contexto de uma situação (sinais, regras de comportamento, tons, atitudes e intenções dos participantes) e assim decidir que atitude tomar.
Muito há a dizer sobre estas e outras capacidades humanas, mas para já deixo estas ideias que acredito podem dar um contributo para gerar colaboração e mobilizar as pessoas rumo a metas comuns. Tanto mais que este é um fator decisivo no sucesso das organizações.
Nota: artigo publicado no portal «HUMANet» (www.human.pt), em Dezembro de 2012, e escrito segundo o novo acordo ortográfico; Carla Coutinho é gestora de projectos da Opensoft; comercial@opensoft.pt)
Fonte:SAPOemprego