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“O Governo é inimigo de empresariado e do negócio, e deste modo nós não podemos falar da inovação e empreendedorismo em África se o Governo não apoiar, por isso devemos pressiona-los para que possam mudar de postura”, disse o empresário do sector da informática, Herman Chinery-Hess.
Chinery-Hess, considerado o “Bill Gates do Gana”, falava durante o workshop sobre “Empreendedorismo e Inovação”, realizado no âmbito da Cimeira sobre Inovação em África, onde se destacou a necessidade de os empresários se “juntarem para inovar”.
No entender de Herman Chinery-Hess, há países em África que funcionam como “empresas privadas” pertencentes aos políticos, já que segundo ele, “em muitos casos” quando os empreendedores apresentam uma ideia ao Governo, o mesmo copia essa ideia e faz a sua implementação como se fosse criado pelo referido executivo.
“Os problemas do continente africano acabam com a criação de oportunidades de negócio, por isso deve-se dar oportunidade aos jovens empreendedores de inovar e criar coisas novas, mas em África as pessoas que trabalham no Governo e que deviam ajudar, não fazem isso”, acusou.
Exemplo diferente deu um outro orador. O empresário da área da advocacia dos Estados Unidos de América (EUA), Winslow Sargeant, disse que no seu país o Governo apoia as pequenas empresas.
“Nos EUA, 99,7 por cento das empresas são pequenas porque têm menos de 500 empregados, mas são importantes para a economia, ou seja, o compromisso com o empreendedorismo é grande “, disse, sublinhando que quando se quer implementar uma ideia de negócio, a primeira questão que surge é a financeira, entretanto, lembrou que o Governo norte-americano trabalha em parceria com essas pequenas empresas.
“Sem empreendedor não há um país e para inovar é necessário fazer algo que nunca foi feito”, frisou, alertando que antes de implementar uma inovação, o empreendedor deve fazer a análise do mercado para saber se essa inovação vai trazer lucro.
No final, os dois oradores concluíram que para ser empreendedor e inovador “não é preciso muito dinheiro”, mas que a empresa criada deve gerar lucros para o seu criador e colaboradores.
Fonte: BINOKULU
Cidade da Praia, 26 Nov (Inforpress) – A Cidade da Praia vai ser palco, de 04 a 06 de Fevereiro de 2014, da I Cimeira “Africa Innovation Summit”, organizada pela empresa privada Ihaba Buildings Enterprises, anunciou hoje o administrador José Brito.
Em declarações à Inforpress, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros disse que o propósito da Cimeira é criar as bases para um diálogo dos actores de várias áreas de desenvolvimento sobre a inovação em África, incluindo decisores políticos, empresários, inovadores, pesquisadores, académicos e investidores.
Estes “stakeholders”, segundo José Brito, deverão estar engajados num esforço conjunto para fazer uma avaliação estratégica do percurso feito pelo continente, procurar soluções e envolver os actores-chave na construção de um ambiente mais propício à inovação em África.
A ambição da Ihaba, criada em 2012 em Cabo Verde com o objectivo de construir empresas e fomentar a inovação em África, é que a Cimeira seja uma plataforma para compartilhar experiências e facilitar a aprendizagem entre países, pessoas e empresas, informou.
O evento, referiu, prevê promover mudanças, através da criação de uma rede africana de “stakeholders” para a inovação, que se encarregará da formulação de um plano de acção e da defesa de reformas políticas, bem como da conexão de empreendedores a redes profissionais e a potenciais investidores.
A Ihaba realiza esta cimeira em parceira com o Governo de Cabo Verde, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), a Agência para o Desenvolvimento Económico e a Inovação (ADEI), a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD), entre outros parceiros nacionais e internacionais, tendo como patrono o ex-Presidente da República Pedro Pires.
José Brito adiantou, por outro lado, que a Cimeira vai acolher o lançamento do “Seed Africa Innovation Fund”, para colmatar o défice existente de entidades para financiar os “start-ups” em África, devido à elevada taxa de mortalidade das empresas, e o “Seed Africa Start-up Accelerator”, uma incubadora que tem por finalidade ajudar os jovens com ideias a implementá-las aqui no país.
“Queremos fazer de Cabo Verde o centro de inovação para a África”, assegurou, admitindo que se trata de um objectivo “extremamente ambicioso”, mas possível desde que haja ideias e ousadias para “fazer coisas”, sendo certo que a criatividade é também um elemento essencial do crescimento económico e da competitividade.
A Ihaba defende, por isso, uma maior ênfase na inovação que, no triângulo inovação, formação e empreendedorismo, constitui o “parente pobre” do processo de desenvolvimento, assinalou o administrador, para quem a prioridade é pôr a inovação na agenda do desenvolvimento do continente.
“Em África, ainda, continuamos com a agenda de luta contra a pobreza” e, se esta situação continuar, ficará ”para trás”, argumentou, para justificar a ousadia da Ihaba em organizar esta Cimeira da Praia e por iniciativa de uma empresa privada.
Geralmente, lembrou, estas iniciativas fazem parte da agenda dos Governos, mas o desenvolvimento deve interessar a todos, nomeadamente o sector privado, as universidades, os investigadores etc., integrando o Governo.