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Em virtude dos tempos em que vivemos, a par de “Crise”, “Empreendedorismo” é uma das palavras que mais eco tem gerado um pouco por todo o mundo.
Nas escolas, nas conversas de café, nos media. No nosso país não é excepção e empreender é, cada vez mais, a palavra de ordem.
Pessoas “entusiasmadas, que fervilham por dentro e que agem!”. São essas pessoas e jovens com este comportamento que José Teixeira, coordenador da Unidade de Inovação e Empreendedorismo na ADEI, quer ver em Cabo Verde.
Um empreendedor costuma ser um optimista por natureza e é caracterizado por alguns como sendo alguém que vê oportunidades até mesmo nas situações mais absurdas.
“Um empreendedor deve desafiar-se, sair da sua zona de conforto, deve querer ser reconhecido socialmente, ter sucesso, ser persistente, atento, uma pessoa com iniciativa, ter perspectiva de mercado, ou seja, saber identificar um problema/necessidade e propor soluções”, defende José Teixeira.
Para se ser empreendedor não basta então ter boas ideias. O que falta aos seus detentores muitas vezes é visão para o negócio, saber dar os passos certos e, acima de tudo, de orientação, de modo a que consiga implementar a ideia e que, com o tempo, ganhe autonomia. E é precisamente aí que entra a ADEI, Agência para o Desenvolvimento Empresarial e Inovação.
Ter um Plano de Negócio é essencial
Todo o jovem que quer desenvolver um negócio pode dirigir-se à ADEI. O princípio básico, ressalva Teixeira, é levar uma necessidade já identificada.
“A ADEI trabalha no sentido de orientar. Quando chegam até nós o nosso papel é, numa primeira fase, ajudar o jovem a amadurecer as suas ideias para que possa avançar para um Plano de Negócio”.
Um Plano de Negócio deve partir da identificação de um problema de mercado e irá responder a algumas questões básicas como “O quê?” e “como?”. No fim deve mostrar se a ideia é viável (Se existe mercado, clientes, estratégia).
Com um Plano de Negócio em mãos fica tudo mais fácil e é bem mais seguro avançar para a procura de financiamento.
José Teixeira explica que o acesso ao financiamento nem sempre é fácil. “Os bancos têm estado a aplicar juros incomportáveis como de 12, 14 a 16%, dependendo do plano e do risco. E desmistifica: “A ADEI não fornece financiamento.” Apesar disso conta que têm vindo a ser criados diversos sistemas de apoio adaptados a cada realidade e que facilitam esse processo como é o caso do Fundo de Capital de Risco.
O passo seguinte e final é a de “Apoio à implementação” em que se vai pôr em andamento o projecto. Essa fase dá-se nas chamadas “incubadoras de empresas” que assistem tecnicamente durante as primeiras pegadas até a ideia ganhar autonomia. Essa etapa com acompanhamento pode levar entre um a dois anos.
Se tens uma ideia acredita que ela pode sair do papel e sê persistente.
Fonte: SapoEstudante
O projecto começou com um computador e três pessoas. A promessa era introduzir em Cabo Verde um site que possibilitaria a compra online de vales de produtos mais baratos. Oito meses depois, a Faz Descontos Cabo Verde já tem uma imagem no mercado e pretende revolucionar o mundo do e-commerce no país com cada vez mais novidades.
Os empreendedores são Maria Semedo, Danilson Pereira, dois informáticos e Renato Semedo, um economista. "A ideia partiu do meu irmão que na altura estava em Angola e as compras colectivas eram um negócio que começou a vingar no mundo, então ele quis implementar este projecto nos países lusófonos", contou Maria Semedo ao SAPO Estudante.
A Faz Descontos arrancou primeiro em Angola com Renato Semedo e outros dois sócios angolanos. Maria Semedo só entrou no projecto depois. Ainda estava a estudar em Portugal quando o irmão, Renato Semedo, lhe propôs avançar com um site direcionado para Cabo Verde.
"A 26 de Dezembro de 2012 foi quando conheci o projecto já estruturado e comecei a trabalhá-lo a partir de casa e a 13 de Fevereiro arranjámos um escritório", relembrou Maria Semedo.
A parte mais fácil foi a gestão do site, as dificuldades surgiram na criação de parcerias. "Como o conceito é novo, nem sempre é fácil dar a entender que o nosso trabalho é promover produtos a melhores preços, até hoje ainda há resistências", explicou.
Mas o empreendedorismo inovador tem que partir sempre da necessidade de lutar por uma ideia e é isso que Maria Semedo e a sua equipa têm feito desde o princípio.
"A nossa prioridade é dar um produto de qualidade ao cliente final, portanto procuramos empresas que tenham um site para que o consumidor a possa conhecer melhor e sentir maior segurança na compra", indicou.
A qualidade é a forma como a Faz Descontos Cabo Verde tem conseguido ganhar cada vez maior credibilidade num mercado ainda pouco conhecedor do e-commerce.
De serviços a produtos, a empresa procura todo o tipo de ofertas para a sua página. Viagens, estadias em hotéis, "encomendas d'terra" para a diáspora, bilhetes para eventos, e muitos outros produtos, a preços mais baixos e que podem ser encontrados no site www.fazdescontos.cv
"Em Cabo Verde há muitas oportunidades de ofertas"
No entanto ainda falta confiança em Cabo Verde para o negócio online, ainda que Maria Semedo afirme que os jovens estão cada vez mais ligados à Internet.
Actualmente a empresa já realizou 990 desejos dos seus clientes em parceria com 11 empresas e diz que isto é apenas o princípio.
"Queremos preparar bem o negócio na Praia para começar a saltar para outras ilhas, quando for possível queremos chegar ao Sal, a São Vicente, Boa Vista e Fogo", enumerou. A lista parece ser grande, no entanto estas são as ilhas que mais compras fazem à empresa.
"Até há dois meses atrás a Boa Vista e o Sal eram os que mais compras online faziam, mesmo em comparação com Santiago, onde há mais parcerias", revelou.
Para o final deste ano há boas surpresas no site: "A 20 de Novembro vamos lançar o pacote de Natal e lá também teremos uma novidade para o fim de ano."
Fonte: SAPOESTUDANTE