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Para José Teixeira, Coordenador da Unidade de Inovação e Empreendedorismo da ADEI, sim! O cabo-verdiano é empreendedor. Mas … apenas quando tem necessidade.
Será o cabo-verdiano empreendedor por excelência? Não podemos afirmar que exista uma fórmula que nos aponte a resposta certa. Mas para José Teixeira, Coordenador da Unidade de Inovação e Empreendedorismo da ADEI, sim! O cabo-verdiano é empreendedor. Mas … apenas quando tem necessidade.
Cabo Verde tem feito um percurso interessante em termos de consciência e importância do empreendedorismo, tanto para o Governo como para o sector privado, organizações e o próprio sistema de ensino. A afirmação é de José Teixeira que defende que é preciso, cada vez mais, apostar na cultura de empreendedorismo no país.
Tanto os programas que a ADEI têm vindo a desenvolver que fomentam nos jovens a mudança de atitude e de mentalidade, como a aposta que o país tem vindo a fazer na formação profissional são, no seu entender, alguns dos factores que fazem com que Cabo Verde tenha tudo para ser um país de empreendedores.
Um desses programas ministrados pela ADEI, Agência para o Desenvolvimento Empresarial e Inovação, de sucesso comprovado é a “Oficina de empreendedorismo” que já percorreu quase todas as ilhas do arquipélago e já formou cerca de 2500 pessoas. Para além disso, há também o Start-Up Universitário, que visa ir buscar no seio da comunidade estudantil boas ideias e o Start-Up Weekend onde durante três dias jovens reúnem-se para a troca de conhecimentos e em grupo defendem uma ideia que no fim pode ser a escolhida pelo júri.
O cabo-verdiano arrisca pouco
José Teixeira acredita que Cabo Verde é um país de empreendedores. E justifica, metaforicamente: “Basta vermos como é que o cabo-verdiano, quando tem um problema a resolver, fá-lo. Não havendo nada, apenas terra árida, mesmo nas alturas em que há falta de chuva se formos ao interior encontramos as pessoas com as suas enxadas. Não é fácil. É ter fé. Acreditam nelas próprias e no que estão a fazer. E essa visão é fenomenal porque faz milagre”.
Apesar dessa convicção, Teixeira sublinha que há que fazer uma ressalva: O cabo-verdiano é empreendedor (apenas) quando tem necessidade. “Se chove, o milho fica cá até estragar. Plata milho para depois comer arroz”.
E nessa perspectiva defende que Cabo Verde não aproveita as oportunidades que encontra para se tornar com mais poder, reconhecimento e dinheiro. “Aí digo que o cabo-verdiano aproveita pouco, ou pelo menos aproveita abaixo do que tem possibilidade de aproveitar hoje. As pessoas acreditam ainda pouco nelas e, consequentemente, arriscam pouco. E é esse aspecto que nos faz ficar atrás de alguns países quando o tema é empreendedorismo.”
As mulheres empreendem mais que os homens
Pela experiência de José Teixeira, ainda que sem base estatísticos, em Cabo Verde as mulheres são mais empreendedoras do que os homens e vencem desafios maiores. Considera que a nossa sociedade é machista e que, assim sendo, o homem acede às oportunidades com mais facilidade.
“Basta ver os espaços em que homens estão e a forma como as mulheres estão a fazer o seu caminho com maior grandeza. Não só a nível de negócio e empreendedorismo mas em termos de incursão nos liceus, aproveitamento das oportunidades, as mulheres muito mais do que os homens”.
José Teixeira frisa que Cabo Verde está a criar um ambiente de negócio favorável, especialmente em dois sectores – Turismo e Agronegócio.
Fonte: SAPOESTUDANTE