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A Comissão Europeia anunciou hoje que o mecanismo de protecção civil da União Europeia foi activado para apoiar Cabo Verde na sequência da erupção do vulcão do Fogo, acrescentando que Portugal já ofereceu assistência em géneros.
Apontando que o mecanismo foi accionado por solicitação das autoridades de Cabo Verde, o executivo comunitário indica que já se encontra a caminho do arquipélago um navio da Marinha - a fragata Álvares Cabral - com equipamento de telecomunicações, um helicóptero e bens de auxílios tais como camas, cobertores e máscaras respiratórias.
A Comissão indica que está a suportar os custos de transporte do material e, adicionalmente, dois especialistas de protecção civil estão a ser destacados através do mecanismo para apoiar a missão das Nações Unidas de avaliação e coordenação em casos de desastres.
O executivo comunitário indica ainda que “o centro de coordenação de resposta de emergência da Comissão Europeia está em contacto próximo com as autoridades de Cabo Verde e com os participantes no mecanismo de protecção civil da UE”, estando ciente de que os fluxos de lava e as erupções intensificaram-se nos últimos dias, levando as autoridades a ordenar a evacuação de várias centenas de residentes.
Fonte: Noticiassapo
A população de Portela no interior de Chã das Caldeiras passa neste momento por uma situação aflitiva dado ao avanço das lavas que já consumiram totalmente a sede administrativa do Parque Natural do Fogo recentemente inaugurado.
A situação neste momento é de muita preocupação, com os raros moradores que regressaram à localidade a tentarem resgatar os seus haveres, já que, de acordo com a proteção civil e especialistas em vulcanologia, as lavas avançam a um “ritmo ameaçador”, a uma velocidade de cerca de 20 metros por hora.
Margarida, uma das residentes de Portela, firmou, em declarações à Inforpress, que a sua casa está “por um fio”, pelo que apressaram numa luta que a mesmo considera de “desenfreada”, com o tempo, alegando que o vulcão veio para “acabar com Portela”.
João Pedro Pina Silva, jovem de 31 anos mais conhecido por Alcindo, proprietário de uma pensão de oito quartos, mostra-se igualmente muito preocupado e triste com a situação e de ver tudo aquilo que já investiu na iminência de desaparecer com as lavas, entretanto, afirma não estar revoltado com o vulcão.
“Estou triste, mas não estou revoltado com o vulcão por nos tirar aquilo que nos deu. Acredito que o vulcão tira, mas amanhã volta a devolver-nos em maior quantidade. A única preocupação que tenho, neste momento, é de as autoridades nos impedir depois de voltar a Chã”, precisou este guia turístico e investidor, que recebia na sua pensão turistas de vários países europeus, na sua maioria da Alemanha.
“Trabalhei muito, trabalhei em muitas ilhas para poder realizar os meus sonhos, investi aqui em Chã por forma a ajudar também a minha família e amigos, mas infelizmente tudo está em risco”, conta, lamentando o jovem de 31 anos, que tem investimentos também na agricultura.
Pese embora esteja ciente de que em pouco tempo pode perder tudo que já investiu, Alcindo, assim como os outros moradores de Portela, tenciona voltar a morar em Chã das Caldeiras, construir, como disse, o seu “funco”, mas agora com outras ideias de investimento.
“Não vou tentar fazer o mesmo tipo de investimento. Quero voltar a morar em Chã, fazer o meu funco, trabalhar em outro lugar, mas voltar”, disse com certa convicção.
Na mesma situação se encontra Audilia Lopes, 60 anos, que já se tinha refugiado em Monte Grande, mas aproveita as poucas horas que tem para fazer a colheita antecipada da mandioca, antes que a plantação seja toda ela coberta pelas lavas.
Se as lavas continuarem com a mesma velocidade, além das casas e das plantações de Portela, a Adega de Vinho também poderá ser consumida, uma vez que ela encontra-se a menos de 200 metros das mesmas, assim como uma parte da Pousada Terra Brabo.
Além do deslocamento da população, a erupção de 23 de Novembro, a segunda em menos de 20 anos, já consumiu mais de 400 hectares de terreno (área correspondente a cerca de 400 campos de futebol), 26 dos quais terreno fértil para agricultura.
Destruiu também 15 habitações, incluindo os chamados “funcos”, 14 cisternas familiares, estrada principal e a alternativa, furo de prospecção de água para o abastecimento, de entre outros prejuízos contabilizados.
Fonte:Saponoticias